Mulher invadiu apartamento, em Jaraguá do Sul. Ela é CAC e tinha arma, que foi apreendida.


A Polícia Civil investiga o caso da médica de 39 anos suspeita de invadir o apartamento do ex-companheiro e atirar três vezes contra ele na frente do filho do ex-casal, um menino de 8 anos. O homem, que tem a mesma idade da suspeita, foi hospitalizado e não corre risco de vida.

Confira, abaixo, o que se sabe e o que falta saber sobre o crime:

  1. Quando e onde o crime ocorreu?
  2. Qual foi a dinâmica do crime?
  3. A arma usada no crime era legalizada?
  4. Quem é a médica?
  5. O que aconteceu com a médica?
  6. O que diz a médica?
  7. A defesa da médica vai entrar com alguma medida judicial?
  8. Como está a investigação?
  9. O ex-casal tinha histórico de violência?
  10. O que aconteceu com o filho do ex-casal?

Quando e onde o crime ocorreu?

O crime ocorreu no domingo (11), Dia dos Pais, em Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina.

Qual foi a dinâmica do crime?

A tentativa de homicídio ocorreu dentro do apartamento que o homem havia alugado para passar o Dia dos Pais com o filho do ex-casal.

O baleado, que afirmou ser policial militar licenciado no Mato Grosso do Sul, disse em depoimento que a mulher estava escondida em um armário antes de fazer os disparos (assista acima).

Um vídeo flagrou o momento em que a mulher apareceu no corredor do prédio usando ferramentas na fechadura para entrar no apartamento.

Médica é presa suspeita de invadir apartamento, se esconder em armário e atirar no ex no Norte de SC — Foto: Divulgação

Médica é presa suspeita de invadir apartamento, se esconder em armário e atirar no ex no Norte de SC — Foto: Divulgação

"O que se sabe é que ela invadiu e entrou no imóvel antes do ex entrar. O filho é de ambos. Estava no andar de baixo, mas subiu após ouvir os disparos e presenciou parte do crime", detalhou o delegado Caleu Henrique Gomes de Mello.

O homem foi atingido por três tiros, mas testemunhas afirmaram terem ouvido ao menos cinco disparos.

A Polícia Civil fará a análise de mais imagens e aguarda laudos da perícia para esclarecer mais detalhes.

A arma usada no crime era legalizada?

Sim. De acordo com o delegado, a pistola usada para os disparos era da suspeita, que possui certificado de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC). A arma foi apreendida.

Quem é a médica?

O nome da médica não foi divulgado pela polícia ou pela defesa dela.

O que aconteceu com a médica?

Ela foi presa em flagrante. Depois, teve a prisão convertida em preventiva.

O que diz a médica?

Ela alega que agiu em legítima defesa, conforme o advogado dela, Daniel de Mello Massimino.

"A versão apresentada pela suposta autora dos disparos, minha cliente, é a de que ela se dirigiu ao local em que se deu a ocorrência por conta da preocupação com relação à saúde de seu filho, que estava naquele momento com o pai. Essa preocupação se deveu ao fato de que ela não conseguiu contato telefônico com o mesmo. Na verdade, esse contato foi bastante conturbado ali, então ela foi ao local".

"Como havia um histórico de longa data de violência, ela foi com a arma que ela tinha, ela tem CAC. Ela foi com essa arma, cujo CAC foi justamente tirado por conta dessa situação também, que havia ali essa litigia. Então, ao chegar ao local, houve um início de atrito verbal entre ambos, que acabou se desdobrando numa agressão por parte do genitor".

"Ele estava tentando contra a vida dela na visão do momento que ela teve. Ela se utilizou da arma para repelir essa agressão que ela estava sofrendo. E esse foi o desfecho da situação. Então a posição dela, a versão dela dos fatos, é a de que ela agiu em legítima defesa dentro do apartamento. Não se nega que tenha havido ali de fato os tiros, até porque eles são evidentes", concluiu o advogado.

A defesa da médica vai entrar com alguma medida judicial?

A defesa da médica não informou se tomará medidas judiciais em relação à prisão dela.

Como está a investigação?

Em depoimento, a médica alegou legítima defesa, mas a Polícia Civil suspeita de crime premeditado. Segundo o relato da PM, o crime teria ocorrido após uma briga entre a mulher e o homem. O síndico que morava no apartamento em frente, no entanto, disse não ter ouvido discussão antes dos disparos.

"À princípio, a versão dela não faz sentido. Ela alugou um apartamento, no dia do crime, no mesmo local, invadiu o apartamento antes de a vítima chegar e já entrou no imóvel armada", afirmou o delegado.

Apesar da apuração não corroborar com a versão da médica, Mello destacou que a investigação segue. A perícia do local do crime também não havia sido concluída até esta quarta para comprovar como os disparos aconteceram.

O ex-casal tinha histórico de violência?

Ainda conforme o delegado, a médica se recusava a permitir o contato entre pai e filho e teria descumprido decisões judiciais que permitiam a visitação do homem.

No final de semana do crime, o pai conseguiu buscar a criança na escola, na sexta (10), por conta de uma ordem de busca e apreensão. Ele iria entregar a criança na escola na segunda (12).

A Polícia Civil também afirmou que havia uma medida protetiva envolvendo o ex-casal e que a suspeita e a vítima não deveriam ter qualquer tipo de contato. Os detalhes da liminar não foram divulgados.

O delegado, no entanto, afirmou que os dois viviam juntos no Mato Grosso do Sul e quando se separaram ela foi para o Nordeste do país e, depois, para Jaraguá do Sul. Já o pai permaneceu no mesmo estado e viajou para Santa Catarina no fim de semana apenas para ver o filho.

O que aconteceu com o filho do ex-casal?

Após o crime, o filho dos dois ficou aos cuidados do Conselho Tutelar.








Fonte: g1